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Douglas David Alves Cordeiro, filho caçula do Seu Dodó, nasceu em 1979 na cidade de Recife e sua história com a ilha começa no final da década de 80, mais precisamente em 1988, quando seu pai recebe o convite do então Governador do Território Federal de Fernando de Noronha (TFFN) para assumir o cargo de secretário e vice-governador.
Prestes a completar 9 anos de idade, Douglas se muda e é matriculado na Escola Arquipélago Fernando de Noronha, onde começa seu vínculo de convívio e amor pela ilha. Acompanhou junto com seu pai e nativos a transição de Território Federal para Distrito Estadual de Pernambuco, momento histórico que ocorreu com o estabelecimento da Constituição de 1988 e que concedeu o controle administrativo da ilha ao Estado.
Em 1991, aos 12 anos de idade, Douglas conhece o então professor de Educação Física da Escola, Chico, que ensinava várias modalidades esportivas, mas que não escondia seu amor pelo voleibol. Seguindo a paixão do seu professor, começa a praticar a modalidade na quadra da Escola e da Vila dos Remédios, e seu sonho de ser um jogador profissional de voleibol surge em meio a todas as dificuldades de se praticar o esporte naquele pedaço de terra no meio do oceano atlântico.
Em 1992 o Brasil conquista seu primeiro título olímpico no voleibol e ele, como o Brasil inteiro, vibra e comemora bastante a inédita medalha de ouro. Agora seu sonho aumenta em seu coração e pensa em um dia poder jogar junto com Maurício, Carlão, Giovanni, Tande…. Aos 15 anos de idade deixa a ilha para ingressar no ensino médio em Recife. Na sua bagagem carrega o grande sonho de um dia poder vestir a camisa de um clube profissional e conquistar muitos títulos.
Aos 16 anos de idade é convocado para seleção pernambucana de vôlei, onde começa a disputar campeonatos nacionais representando seu Estado. Na disputa do campeonato brasileiro infanto-juvenil em 1996, na cidade de Maceió, recebe a notícia que mudaria para sempre sua história profissional com o vôlei. Saía a convocação para a seleção brasileira sub 18 e seu nome estava na lista. A partir daí seu rumo profissional já estava traçado.
Douglas conclui o Ensino Médio e segue sua carreira de atleta profissional, vestindo a camisa da seleção brasileira sub 18 e, logo depois, a sub 20, onde conquista seu primeiro título internacional, o campeonato Sul-americano de vôlei em 1998. O primeiro clube que vestiu a camisa foi a do Fluminense, disputando sua primeira Superliga 1997/1998.
Para a temporada 1998/1999 é contratado pela tradicional e consagrada equipe do Minas Tênis Clube, onde tem a oportunidade de jogar com jogadores como Maurício, Carlão, Giovanne, Giba e tantos outros grandes nomes da modalidade. Juntos conquistaram o hexacampeonato mineiro (1998 a 2004), Tricampeonato da Superliga (2000, 2001 e 2002) e campeão Sul-americano de clubes (1999). Sua trajetória na equipe mineira vai até a temporada 2003/2004.
Após uma trajetória vitoriosa em Belo Horizonte, segue para o Sul e vai vestir a camisa da equipe ONLINE em Novo Hamburgo-RS e conquista o título da Superliga B em 2004, garantindo vaga para o clube na elite do vôlei. Conquistou também o bicampeonato gaúcho (2004 e 2005) em duas finais emocionantes contra a forte equipe da ULBRA.
Na temporada 2006/2007 foi contratado por uma das equipes mais tradicionais do voleibol brasileiro, o Banespa. Foi uma temporada difícil, onde pensou em parar de jogar por conta das insistentes lesões, principalmente no joelho esquerdo. Encontrou uma equipe médica e fisioterápica de grande competência que conseguiu reverter sua condição física.
A ULBRA, equipe que foi sua rival nos anos de 2004 e 2005, garante sua contratação para a temporada 2007/2008. O time tinha uma parceria com a equipe de Suzano, em São Paulo, onde fez o atleta participar da maior quantidade de campeonatos que já havia disputado numa temporada. Ali se confirmava o grande trabalho de recuperação física feita no Banespa.
Conquistou os campeonatos estaduais Gaúcho e Paulista, além dos jogos Regionais e Abertos de São Paulo. Na Superliga daquela temporada conquista o 3º lugar e Douglas consegue a grande façanha de se tornar o 5º maior pontuador da competição, algo difícil de alcançar pela posição que jogava.
Como todo bom filho à casa torna, Douglas retorna para Minas Gerais, mas agora para vestir a camisa da equipe do SADA BETIM na temporada 2008/2009. Em janeiro de 2009 a grande empresa SADA fecha parceria com o clube CRUZEIRO, dando início a história de um dos maiores clubes da história do voleibol mundial, com conquistas de títulos nacionais e internacionais que até então nenhuma equipe brasileira havia alcançado.
Entre os principais títulos que conquistou vestindo a camisa celeste estão: o Hexacampeão mineiro (2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014), Campeão da Copa do Brasil (2014), Bicampeão Sul-americano de Clubes (2012 e 2014), Vice-campeão mundial no Qatar (2012) e Campeão Mundial de Clubes em Betim (2013). Em 2011 integrou a Seleção Brasileira Militar, onde se consagrou campeão dos Jogos Mundiais Militares que ocorreram na cidade do Rio de Janeiro.
Em 2015, após seu auge na equipe do SADA CRUZEIRO e aos 36 anos de idade, decide parar de jogar vôlei e retorna à Noronha para contar suas histórias de conquistas e glórias vividas dentro das quadras. Graduando em Administração, agora é o Diretor da Pousada Seu Dodó, empreendimento que investiu durante a carreira, juntamente com seu pai. Casado com uma mineira que conheceu quando vestia a camisa da seleção brasileira sub 20 e a do Minas Tênis Clube, tem dois filhos mineiros.
Como forma de reconhecimento por toda a história de sucesso na carreira, em 2007 conduziu na ilha a tocha dos Jogos Panamericanos e em 2016 a tocha dos Jogos Olímpicos. As competições foram sediadas na cidade do Rio de Janeiro. Em 2012, recebeu do Conselho Distrital de Fernando de Noronha o título de Cidadão Noronhense.
Em todos os pódios que subiu, Douglas nunca se esqueceu dos primeiros passos que deu no voleibol e dos conselhos de seu professor Chico, hoje falecido, na ilha de Fernando de Noronha. Se orgulha imensamente de ter representado a comunidade Noronhense com a bandeira de Noronha em volta do pescoço ao receber suas medalhas nacionais e internacionais.